CONTRASSENSO
Humberto
Rodrigues Neto
(1º colocado
em concurso de sonetos patrocinado
pela
“Estância Gaúcha”, de Porto Alegre, RS, 2012)
Quem
dera, oh... Deus, o ser humano fosse
mais
fraternal e mais cristão, de sorte
que
não herdasse o instinto de Mavorte,
contrário
à vida, que é tão bela e doce!
Quanta
alma pura fez de Ti o suporte,
e
ao mal que nos judia contrapôs-se!
Quanta
alma vil, de Ti distante, pôs-se
a criar engenhos de tortura e morte!
Estranha
grei de gênios e estafermos,
num
conúbio de crentes com pagãos,
eis
o que é o homem nos exatos termos!
Sujeito
a instintos nobres ou malsãos,
concebe
a Ciência pra salvar enfermos
e
inventa a Guerra pra matar os sãos!
AGORA...
Humberto
Rodrigues Neto
Agora
que o meu sonho está desfeito,
e
enfim sepultos os meus ideais;
agora
que, ao invés de madrigais,
choram
dobres de réquiens no meu peito;
agora
que me foge até o direito
de
imaginar-te em sonhos irreais;
agora
que ilusões não me vêm mais
ao
coração magoado e insatisfeito;
que
eu siga só, o meu trágico caminho,
onde
da sorte a aguda e acerba foice
ceifou-me
as dádivas do teu carinho;
que
por ti meu coração não mais baloice...
ah...
deixa-me esquecer-te, aqui sozinho,
soprando
o pó de um grande amor que foi-se!
AMPARO
Humberto
Rodrigues Neto
Não
mais desfruto a paz que tinha outrora,
neste
martirio que o meu peito ceva;
em
meu tugúrio nada mais me enleva
e
em cada canto uma tristeza chora.
Eu
sei, Senhor, que toda a espessa treva
em
que anoitece o meu viver de agora...
toda
essa angustia que me desarvora
provém
de alguma encarnação longeva.
Mesmo
carpindo tão amargo teste,
que
me corrói a alma e o organismo,
sempre
hei de crer no teu amor celeste,
pois
trocas do meu rosto cada trismo
por
essa doce Estrela que me deste,
pairando
linda sobre o meu abismo!
ANCORADOURO
Humberto
Rodrigues Neto
Ah...
meu amor, se um dia me fosse dado
riscar
desta existência as amarguras,
eu
te daria a paixão que hoje procuras,
sem
noutro alguém teres um dia achado!
Abraços,
beijos e outras mil venturas
mescladas
de carinho e de pecado,
desfrutaríamos
ambos, lado a lado,
livres
da farsa de enganosas juras!
Ah...
quanto, meu amor, quanto eu quisera
soltar
ao vento as velas da galera
deste
viver tão solitário e torto!
Vencer
um mar de escolhos e sargaços,
fazer
do ancoradouro dos teus braços
o
meu tranquilo e tão sonhado porto!
ANGÚSTIA
Humberto
Rodrigues Neto
Supor
em ti um céu sutil, de bens extremos,
te
idolatrar, cativo sempre a um sonho insano
é
cultivar no íntimo d'alma o acerbo dano
de
não gozar, do amor em si, os bens extremos.
Nosso
romance, que eu em sonho inda profano,
mas
que nós dois por puro e limpo concebemos,
jamais
leremos sem que a letra em que o grafemos
omita
os verbos do ancestral pecado humano!
Como
alhear-me a esta ansiedade intensa e louca
de
ter nos lábios a carícia da tua boca,
e
ao teu fascínio me fingir de indiferente?
Jamais
me peças pra esquivar-me à sedutora
ânsia
de ter-te, pois pra tal preciso fora
dar-me
à renúncia de te amar tão loucamente!
AQUELA
FLOR...
Humberto
Rodrigues Neto
Quero
que saibas que tal flor, tão linda,
jamais
eu deixaria de notá-la,
pois
do meu coração na ampla sala
eu
a conservo em rico vaso ainda...
Que
o meu ser dessa flor jamais prescinda,
e
nunca mais deixe de apreciá-la,
pra
que não venha nunca a sobrevoá-la
um
outro beija-flor em sede infinda!
Privei-te,
sim, da luz do meu sorriso
com
que te fiz alegre e fiz contente,
num
tempo que saudoso ainda diviso...
Quero
tornar àquele tempo ausente
pra
que retorne aquele mútuo riso
aos
nossos lábios, como antigamente!
CAMINHADA
Humberto
Rodrigues Neto
(À minha esposa, in
memorian)
Eu
ao teu lado e tu pelo meu braço,
parece
um sonho percorrer a vida...
é
como se ela fosse uma avenida
cheia
de luz e pródiga de espaço!
Um
beijo aqui, um riso ali, um abraço,
uma
carícia a custo reprimida;
um
sopro: "meu amor!" Outro: "querida!",
depois
o sono, em tépido mormaço...
Mal
a alvorada a serra ao longe azule,
e
o sol aloire da janela o tule,
eis-nos
trilhando a mesma e doce estrada...
Vivamos,
meu amor, que a vida é imensa,
até
que surja alguém que nos convença
que
o paraíso fica além do nada!
CÂNTARO
Humberto
Rodrigues Neto
Com
que amor a campônia vai, cedinho,
com
o jarro à fonte, a enchê-lo de água pura!
E
volta, e a distribui, toda candura,
aos
seus, na paz tranqüila de um ranchinho.
Faz
do exemplo trivial dessa figura
um
rumo a palmilhar no teu caminho;
em
ânfora de amor, não de água ou vinho,
converte
essa tua alma hoje insegura.
Nos
vácuos desse cântaro, hoje frios,
despeja
o bem que possas e vê quanto
é
lindo o amor sem pompas e atavios!
Que
o amor que dele vertas seja tanto,
que
dê pra encher mil cálices vazios
de
amargos corações em desencanto!
CIDADELA
Humberto
Rodrigues Neto
Na
vida quanto amor venci sorrindo!
De
quantos sonhos eu zombei cantando!
Vivi
ilusões alheias destruindo
e
algemas de paixões despedaçando!
Muralhas
de quimeras demolindo,
castelos
femininos derrubando,
a
cacos mil anseios reduzindo,
cadeias
de ideais esfacelando!
Mas,
eis que em meio à triunfal jornada,
por
fina adaga de um olhar ferido,
dobrei-me
em fragorosa derrocada!
E
após ter feito grilhões em pedaços,
vi-me
de rastos, afinal, vencido,
na
débil cidadela dos teus braços!
CIÚME
Humberto
Rodrigues Neto
Passam-se
as horas e afinal não vens
vestir
de sol meu tenebral caminho;
só
de pensar, em ânsias me espezinho,
que
são de outro os teus secretos bens...
Sim,
é de outro o teu fugaz carinho,
toda
essa ardência que em teu corpo tens,
mas
fazes dos meus sonhos teus reféns
pra
me obrigares a te amar sozinho.
Irás
ao baile, e nele em ti pressinto
os
teus enfeites, teus sutis rebuços:
a
echarpe, o brinco, o bracelete, o cinto...
Num
leito frio caio então de bruços,
quando
duas lágrimas no rosto sinto,
rolando
mansas sobre os meus soluços!
COMPARAÇÃO
Humberto
Rodrigues Neto
Quando
me pedes pra que nem comente
o
alívio que me prestas na amargura
dos
dias cinzentos, quando a desventura
paira
sombria sobre a minha mente,
em
frase mansa tua voz me assegura
que
tais mimos já te pago regiamente
com
os versos que te faço docemente,
te
alçando a mundos de irreal ventura.
É
por demais gentil teu julgamento,
pois
com igual parâmetro mensura
o
nosso desigual merecimento.
Não
sei o que é melhor no que ele apura,
se
o pouco que te dei de encantamento,
se
o muito que me deste de ternura!
CONTRASTE
Humberto
Rodrigues Neto
Aos
teus pés, ah, quantos choram,
Maria!
Que clamor triste!
Suplicam,
pedem... deploram
um
mal que nem sempre existe.
Toda
vida é espinho em riste,
é
legião de olhos que imploram,
é
ventura que inexiste,
tormentos
que nos devoram.
Sofra
eu dor, desencanto,
firam-se
em urzes meus passos,
que
nunca me envolva o pranto,
pois
sei que os teus olhos lassos
choraram
sangue, e no entanto,
um
deus dormira em teus braços!
COTEJO
Humberto
Rodrigues Neto
Há
um sol de ouro em teus cabelos flavos,
há
no teu corpo da açucena o alvor,
há
no teu beijo o doce mel dos favos,
há
no teu peito turbilhões de amor!
Há
nos teus lábios recender de cravos,
há
no teu sangue o mais sensual calor,
há,
por teus beijos, legiões de escravos,
há
nos teus gestos virginal candor!
Há
em teu semblante mutações serenas,
há
na tua voz sutis modulações,
há
no teu colo as ilusões mais plenas!
Há
graça, encanto, madrigais, paixões,
há
tudo em ti... dentro de mim há apenas
toda
uma síncope de tentações!
DELÍRIO
Humberto
Rodrigues Neto
Pressinto,
algumas vezes, que me elevo
a
alcandorados cimos majestosos,
de
uma bizarra região de gozos,
à
qual em êxtase também te levo!
Talvez
lembrando algum viver primevo,
à
mente vêm-me sonhos vaporosos,
de
um tempo em que, juntinhos e ditosos,
nós
já vivemos e do qual me enlevo!
E
é-me tão nítido esse tempo lindo....
luas...
auroras... Posso até retê-las
nas
mãos, o seu tamanho comprimindo!
E
vão meus dedos, logo após contê-las,
revérberos
de sóis em ti esparzindo,
e
em teus cabelos debulhando estrelas!
DESENGANO
Humberto
Rodrigues Neto
Um
certo dia eu me julguei capaz
de
conhecer de Deus todo o segredo;
mil
teologias rebuscando a dedo,
fui
pondo sins nos meus poréns e mas...
Buscando
luz no que era outrora vedo,
e
imune aos erros de um latim falaz
que
alguém me dera a muito tempo atrás,
longas
distâncias eu venci bem cedo.
Mas,
já supondo-me de Deus bem rente,
eu
vi que mal deixara os vãos espaços
de
onde eu partira rumo à busca ingente!
Não
percebera, em meus enganos crassos,
que
a cada dez mil passos que ia à frente,
voltava
atrás os mesmos dez mil passos!
DESFECHO
Humberto
Rodrigues Neto
Sei
que é preciso, deste amor suspeito,
esperar
dias hibernais, tristonhos,
e
estar consciente de cruciais, medonhos
e
atros suplícios a ferir-me o peito!
Sim,
é preciso que eu, a teu respeito,
não
borde anseios por demais risonhos,
nem
ponha em altos pedestais meus sonhos,
nem
sonhe o Éden no teu níveo leito!
Se
houver o adeus final de um sonho ardente,
que
eu me acostume a não te ver jamais
e
viva apenas de um idílio ausente...
Fins
de romance...Tão comuns e iguais...
a
flor-mulher que amamos loucamente,
que
um dia nos deixa... E que não volta mais!
DESPEDIDA
Humberto
Rodrigues Neto
Tu
foste, sem saber, o meu castigo,
sem
nem supores quanto eu te adorava;
só
nos meus sonhos pude ter, contigo,
os
bens secretos que eu imaginava!
Ah...
quanto abraço, quantos beijos dava
nesse
teu corpo que almejei comigo!
Em
teus contornos, louco, rendilhava
carícias
minhas, que a ninguém eu digo!
Mas
vais partir, e eu me pergunto: E agora?
Já
antevejo tuas mãos se aproximando
das
minhas, para o adeus que me apavora!
Tu
partirás... Eu ficarei chorando,
vendo
aos poucos teu vulto ir se apagando
na
extrema curva dos que vão-se embora!
DESVARIO
Humberto
Rodrigues Neto
Não
sei se as tuas colchas são de arminho,
se
de cambraia teus lençóis e as fronhas,
se
de brocado o edredom do ninho
onde
comigo nem de leve sonhas.
Se
são de seda, musselina ou linho,
tuas
camisolas, sérias ou risonhas...
e
ao ventre, aos seios, nem leve adivinho
de
que é que seja tudo o mais que ponhas.
E
em pensamento, meu amor, consigo
ir
ao teu leito... O negligê... Tuas meias...
e
abres-me o colo ao me sentir contigo!
E
nua... Nua! Toda nua, enleias
teu
corpo ao meu! E vens fazer comigo
— meu Deus, que lindo! — tantas coisas feias!
ENXURRADA
Humberto
Rodrigues Neto
Eu
lembro... era menino, e no piçarro
da
rua, quando a chuva, em correnteza,
descia,
eu ia armar uma represa,
juntando
pedras com cascalho e barro.
Naquela
tosca e débil fortaleza,
sujeita
a esboroar-se a um leve esbarro,
quão
fácil foi-me, num folgar bizarro,
manter
sujeita a mim a natureza!
Depois
cresci... vieram tempos risonhos,
e
toda uma caudal fruí de sonhos,
de
lábios, e de corpos tentadores!
Mas,
lá se foi do tempo na devesa
toda
a enxurrada dos febris amores
que
eu não pude conter numa represa!
EPITÁFIO
Humberto
Rodrigues Neto
Já
fui vate sonhador,
já
fui amante da lua,
cantei
versos pela rua
e
fiz-me escravo do amor!
De
quimeras pescador,
vaguei
do amor na falua;
talvez
meu ser jamais frua
tão
suave e meigo esplendor!
Quase
sábio fez-me o estudo,
às
derrotas fiz-me escudo,
só
a morte foi meu revés...
E
aqui estou, inerte e mudo!
Oh...
meu Deus! Eis aos teus pés
o
nada do que foi tudo!
ESPERA
Humberto
Rodrigues Neto
Do
que disseste nunca te convenças,
pois
que nem sempre dá-se o que supomos;
tem
o destino os mais variados tomos
e
há sempre enganos nas mais veras crenças.
Enquanto
moços, sem quaisquer descrenças,
louras
quimeras para nós compomos,
sem
suspeitar que toda a vida pomos
nos
frágeis laços que as mantém suspensas!
É
então possível que a tua caminhada
termine
em vértice na minha estrada,
após
vencermos quase iguais barrancos...
Esperar-te-ei,
nem que essa longa espera
traga-me
apenas a tardia quimera
de
um beijo teu nos meus cabelos brancos!
LÁGRIMAS
Humberto
- Poeta
Ah...
quanta vez o pranto derramamos
por
coisas fúteis ou paixões banais;
quantas
vezes em queixas lamentamos
a
perda de valores materiais.
Muito
sofremos e também choramos
em
lacrimosos e doridos ais
pelos
que um dia toda a vida amamos
e
aos quais no mundo não veremos mais!
Porém,
se a mágoa turva o teu olhar,
tira
de ti tão depressivo enleio
doando
aos tristes o teu dom de amar!
E
então verás, nesse teu novo anseio,
que
só não encontra tempo pra chorar
o
que o gasta a enxugar o pranto alheio!
MESCLA
Humberto
Rodrigues Neto
A
vida é um trilho de ínvio sofrimento,
marginado
de amarga nostalgia;
se
raras são as horas de euforia,
extensos
são os dias de tormento.
Vivendo
de ilusões e fantasia,
sequer
nos passa pelo pensamento
que
é preciso arrostar um mau momento
pra
sentir o valor de uma alegria.
Cumpramos,
pois, a lei dessa mistura,
mesclando
os risos que nos sejam dados
aos
lancinantes ais de uma amargura.
E
hão de ver os que carpem duros fados
como
é doce o retorno da ventura
depois
de termos sido desgraçados!
MIGALHAS
Humberto
Rodrigues Neto
Que
mais desejas, afinal, que eu faça
pra
ter por meu o que de ti não tenho,
se
já cansado estou de tanto empenho
de
haurir de ti a mais suprema graça?
A
quanto tempo mendigando eu venho
um
pouco mais que esta ventura escassa!
Do
amor apenas pingos pões-me à taça
que
eu sorvo ao jugo de pesado lenho!
Somente
a um outro, nas liriais toalhas
da
mesa de Eros serves tua paixão,
mesa
em que, pródiga, teus bens espalhas!
E
ali enjeitado, a farejar o chão,
o
meu amor vive a lamber migalhas
que
tu lhe atiras qual se fora a um cão!
REMINISCÊNCIAS
Humberto
Rodrigues Neto
Foram-se
embora aqueles tempos ledos,
em
que da noite eu namorava os lumes;
da
juventude aspirava os perfumes
e
hauria do amor os mais febris folguedos...
O
olhar bem claro, sem quaisquer ardumes,
a
investigar do amor novos segredos
e
a me enlear em tão gentis enredos
dos
quais não lembro mágoas ou queixumes.
Foi-se
o tempo... Hoje há neve em meus cabelos,
e
pra tornar meus sonhos, pesadelos,
o
horror das rugas que o meu rosto invade!
Dói
ver um corpo que a idade corrói,
mas
a dor que mais punge e mais me dói
é
ver tão longe a minha mocidade!
TEATRO
DA VIDA
Humberto
Rodrigues Neto
Assim
como acontece no teatro,
a
vida também guarda a mesma média,
pois
mescla ao riso da alegria nédia
os
dissabores de um momento atro.
Da
vida somos, pois, o anfiteatro
de
co-partícipes de uma comédia,
e
dos distúrbios de uma vil tragédia
que
às vezes nos atinge a três por quatro.
Mas
o destino, em condição expressa,
execra
o ator que pouco se interessa
no
aprimorar as suas encenações.
Da
vida o palco não faz concessões,
pois
Deus, que é o próprio Diretor da peça,
não
quer saber de artistas canastrões!
Alquebrado por meus 82 anos de existência, jamais poderia supor que alguns dos meus sonetos viessem um dia a constar de uma obra versando sobre esse tipo de poesia. E eis que uma adorável criatura, conhecedora profunda da matéria e hábil sonetista também, chama a si a iniciativa de me incluir no compêndio O SECULAR SONETO, uma obra que condensa tudo sobre o soneto, desde o seu surgimento com Petrarca, até a era moderna. Por isso, aqui deixo registrados os meus mais profundos e efusivos agradecimentos a Regina Coeli por tão belo e principesco brinde.
ResponderExcluirHumberto Rodrigues Neto. São Paulo - 17/03/2017.
Tive imenso prazer de saborear e de escandir vários sonetos de HUMBERTO RODRIGUES NETO.
ResponderExcluirGostaria de o ter conhecido.
Tive o prazer e a honra de ler seus sonetos quando escrevi para BR Sonetos. Sempre admirei sua maneira de versar,primoroso no compasso e métrica. Deus o conserve por muitos e muitos anos nos brindando com suas jóias poéticas.
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