APARIÇÃO
Tito
Olívio
na
rota que o Destino quis traçada.
Vestida
cor do Sol da madrugada
Trouxeste
luz à minha noite triste.
Foi
sempre assim!... Minha alma não resiste
Ao
'splendor da beleza inigualada,
À
dor duma ternura amordaçada.
O
brilho em meu olhar... será que viste?
Vestida
de cor rubra, eras mais bela!
As
cores do arco-íris da procela
Que
me foi companhia até aqui.
Sou
um faquir andando sobre brasas
Ave
que o medo põe tremor nas asas,
No
anelo de estar sempre junto a ti.
Faro,
30/10/94
1ºs
Jogos Florais Modernos
da
Cidade de Faro - 1995
MENÇÃO
HONROSA
MULHER
DE FOGO
Tito
Olívio
Eu
via só vermelho, aquele fogo.
Incandescente
Sol, como luzerna,
Mostrando
a sedução da fina perna,
Como
num atrevido e doce jogo.
Também
do braço se tirava logo
Promessa
de carícia meiga e terna,
Feita
concha, farol de chama eterna
Ou
ondas de mar largo, onde me afogo.
O
resto não se via. A vastidão
Da
rubra cor tapava quase tudo,
Forçando
a minha mente a adivinhar…
Senti-me,
assim, levado em turbilhão,
Atrás
da cor de lume, cego e mudo,
Numa
fúria incontida de a agarrar.
Faro,
28-07-2002
O
SOL VIRÁ
Tito
Olívio
Um
dia o Sol virá, num carro de ouro,
Sublime,
esplendoroso, fascinante!
Ao
ver a luz no teu cabelo louro,
Há-de
afagá-lo assim como um amante!
Vaidoso,
do seu alto miradouro,
Há-de
beijar teus lábios um instante,
Abraçará
teu corpo, como um mouro,
Osculará
teus olhos, ofegante!
E
tu, toda a tremer de comoção,
Sentindo
pelo corpo um tal calor,
Vais
ser deusa e ser Vénus de marfim.
E
nessa suave, doce confusão
Ficarás
a saber o que é o amor
E
então vais renascer só para mim...
SONHEI-TE
Tito
Olívio
Sonhei-te
de uma forma bem diversa
Da
graça e do encanto que em ti vejo.
Se
tens calor ardente na conversa,
És
fria na recusa do meu beijo.
Felina,
reclinada em leito persa,
É
nua que eu te sonho e te desejo,
Mas,
ó desdita minha, a sorte adversa
De
ser sonho real não dá ensejo.
Atrás
de cada noite uma outra vem
E
vagueio a cantar, qual rouxinol,
Num
gorjeio tristonho, terno e mole,
Que
mais ninguém entende... Mais ninguém...
E
porque é mais que em sonho que te quero,
Vivo
nesta ilusão, mas desespero.
Faro,
4-5-00
NÃO
FOI
Tito
olívio
Não
foi o Sol que eu quis. Só o luar,
Para
me dar o frio de platina,
Pois
calor tenho já no palpitar
Do
coração que chora e desanima.
Não
foi o mar que eu quis. Só adejar
Sobre
os areais do mundo, à bolina,
Que
a vela tenho rota e navegar
É
a sina que a sorte me destina.
Não
quis coisa nenhuma, pois quis tudo.
Na
ânsia de abarcar o mundo todo,
Perdi-me
de mim mesmo e da razão.
Queria
era teus olhos de veludo
Pra
me guiarem no meio deste lodo,
Me
tirarem do cais da solidão.
01-07-01
JACARANDÁS
Tito
Olívio
Pintaram
minha rua de lilás,
Em
pinceladas fortes, curvilíneas,
Para
ofuscar as pétalas sanguíneas
Dos
loendros e hibiscos, lá atrás.
São
os jacarandás, bocas floríneas.
Em
cada ano, Maio sempre traz
Campainhas
de perfume pertinaz,
Trepando
pelas ramas longuilíneas.
Tendo
vivido juntos, tão diversos
Foram
nossos destinos! Floram versos,
Que,
a quem por aqui passa, enchem de encanto
E
pintam minha rua de beleza;
Os
meus pobres poemas, sem grandeza,
Só
espalham saudades no seu canto.
Faro,
23-05-03
TEMA:
"Perguntaste-me outro dia
se
eu sabia o que era o fado..."
(Aníbal Nazaré)
O
FADO
Tito
Olívio
No
fado se alivia a nossa dor
Com
palavras molhadas na garganta.
A
paixão, o ciúme, o amargor
Afastam-se
de nós, quando se canta.
Tivesse
o teu carinho, o teu amor,
Mais
esse belo corpo que me encanta
Se
fosse eu o teu rei, o teu senhor...
Eras
minha Princesa, minha Infanta.
Sorrindo,
perguntaste-me outro dia
Para
veres, talvez se eu não sabia
O
que era essa canção chamada o fado.
Quisera
não saber... porque te quero
O
teu desdém no fado desespero,
Pois
meu fado é por ti ser desprezado.
Faro,
Setembro de 1995
3º
Prémio
JOGOS
FLORAIS DE ALMEIRIM – 1995
A
MENINA DO CÃO
Tito Olívio
A
menina trouxe à rua o cãozinho,
Um
minorca animal, sempre a ladrar.
Puxava
pela trela pra o calar,
Mas
prosseguia o seu latir fininho.
Da
janela, eu sorria de mansinho,
Divertido
coa cena. Ela a puxar
A
trela e o pobre cão a ir ao ar,
Sem
deixar de ladrar pelo caminho.
-
Tu apanhas! - E dava-lhe coa mão,
Tão
de leve, que mais era uma festa.
-
Está calado ou levas uma rasa!
E
eu a rir e a pensar que a educação,
Seja
de cão ou filho, nunca presta
Se
não for dada a tempo... e lá em casa.
Faro,
29-06-02
UM
ANO VAI, OUTRO VEM
Tito
Olívio
Se
a lupa do tempo mostrasse o futuro
E
a luz do presente movesse as estrelas,
Cada
ano, que entrasse, viria seguro,
E
aquele, que fosse, partia sem velas.
Na
sombra dos passos, qual é mais maduro?
Que
rumo me evita o rigor das procelas?
Quero
algo brilhante, que rasgue o escuro,
Num
mundo de auroras bem mais amarelas.
Mas
temo que venha, do lado do norte,
Um
medo que atraia, pra mim, a má sorte
E
ao sol da alegria prepare um mau fim.
Pedir,
nesta idade, bem pouco há de ser:
Saúde
e dinheiro, no meu bom viver,
E,
ainda, que as parcas se esqueçam de mim!
Faro,
30 dez. 2012
NÉVOA
MATINAL
Tito
Olívio
Sete
horas da manhã. Rua deserta.
A
névoa desce e poisa na calçada.
É
húmido o calor que nos aperta
E
inda está dormindo a passarada.
Pesado
é o silêncio e só acerta
Nas
árvores, nas casas e mais nada.
Também
nenhum cão se põe alerta
Nem
ladra pra assustar a madrugada.
Janela
aberta, aqui fico pensando
Que
a névoa da memória vai tapando
Aquilo
que a cabeça mais despreza
E
sabe bem o sol, a luz, o dia,
As
forças que nos fazem companhia
E
ajudam a afastar qualquer tristeza.
Faro,
22-08-2015 00:33
CAVALGADA
Tito
Olívio
Cavalgo
na noite fugindo pró nada
Com
fogo na ideia, de cor pardacenta,
E
a alma, sem força que dome a tormenta,
Parece
mais febre que má cavalgada.
Sem
norte e sem rota, a espada afiada
Não
tem faiscar nem parece sangrenta.
Pendente
da cinta qual pobre parenta,
Badala
no trote, com sono deixada.
Se
a vida se queixa que tratos lhe dou,
Que
posso eu dizer, esquecido onde vou
E
sem encontrar algum astro a fulgir?
Se
pára o cavalo, querendo frescura,
Por
certo que abranda tamanha loucura,
Mas
fico perdido sem ter para onde ir.
Faro,
12-08-2015 01:18
SALADA
Tito
Olívio
Não
quero pôr saudades na salada
E
vou mexê-la em louca fantasia.
O
azeite será risos de alegria
E
o pouco sal a cor da madrugada.
Direis:
salada assim não tem sabor,
Pois
falta-lhe o picante da emoção.
Eu
digo que o futuro tem razão
E
vou comê-la em dias de calor.
Preciso
pôr-lhe o gelo do desprezo
Que
minhas obras sofrem de quem prezo
E
a mesa terá rosas de jardim.
Se
não possuo amigos nem amores,
E
menos a quem vá pedir favores,
Então
a salada é só para mim.
Faro,
09-07-2015 04:56
MINHAS
IDEIAS
Tito
Olívio
É
sempre do céu que me vêm as ideias,
Envoltas
em fumo e em pautas sonoras
E
é sempre de noite, que o medo das horas
Coloca
esta alma no enredo das teias.
Suave
ao começo, pra dormir plateias,
Nas
cordas do palco são vozes canoras,
Que
rodam, que sobem, que roubam demoras
E
cantam os dramas das minhas mãos cheias.
Por
mais que me esforce, deitado na alcova,
A
mente só deita os versos mais tristes,
As
mágoas mais fundas, que nunca sentistes.
Talvez
alguém chore, talvez se comova,
Mas
todos aqueles, que buscam frescura,
Se
riem e troçam da minha loucura.
Faro,
24-09-2015 23:45
UMA
COMPANHIA
Titi
Olívio
Não
tenho a quem contar as minhas penas,
Falar
dos medos, à noite plo escuro,
Daquelas
decisões, mesmo pequenas,
Que
trazem a incerteza do futuro.
Sozinho,
sem um ombro pra chorar
Agruras
e desgostos, em descarga,
Amiga
voz capaz de acalentar
Minha
alma quando sofre dor amarga.
É
triste viver só, cada momento,
E
para me embalar só ter o vento,
Pra
ouvir-me nada mais que a luz do dia.
Então,
falo comigo a cada instante,
Fingindo
que sou meu acompanhante
E
tenho em minha casa companhia.
Faro,
09-07-2015 00:37
NOITE
LENTA
Tito
Olívio
Dentro
da solidão, na noite lenta,
Sinto
falta de apoio feminino:
Um
ombro, onde chorar o meu destino,
Aquele
colo doce, que acalenta.
Quando
romper o dia, em cor magenta,
Cama
vazia, a roupa em desatino,
Quem
me acorda com beijo peregrino,
Me
sacode a preguiça pardacenta?
Fez-se
a vida madrasta, nesta sorte,
Bate
à minha janela o vento norte
E
ri na minha cara com desdém.
Nada
em tristeza a luz da madrugada,
Ao
ver minha existência amargurada
E
o meu futuro, que é não ter ninguém.
A
CARTA
Tito
Olívio
Ontem,
escrevi uma carta enorme,
Pedindo
de joelhos teu regresso.
Preciso
que meu peito se conforme,
Pois
tua liberdade não tem preço.
Mas,
nesta solidão negra, disforme,
Uma
pinga de amor é o que peço.
Se
voltares, talvez que se transforme
A
nossa relação, tenha sucesso...
Esquece
o que passou e me perdoa!
Todos
dizem que sou boa pessoa
E
só sabes dizer que estás já farta.
Porque
acabou o amor nascido eterno,
Se
o peito permanece doce e terno?
Não
demores, responde à minha carta!
MULHER
ENGUIA
Tito
Olívio
Se
gostas de me ouvir que te acho linda,
Porque
te fazes sempre tão distante?
Sofrida
brasa neste peito amante,
Que
tanto queima e não passou ainda.
Mulher
enguia, nessa fuga infinda,
Qual
serpente dourada e anelante,
Descansa
da corrida um instante,
Que
tudo em mim espera a tua vinda!
Se
pensas que te sigo, estás errada.
Passei
a minha vida nesta estrada
E
aqui faço o meu ninho de andorinha.
Estou
cansado. Já me falta o ar.
Se
não queres comigo descansar,
Seguirás
teu caminho, mas sozinha.
O
CASTELO
Tito
Olívio
Se,
quando penso em ti, de cada vez,
Me
entrasse uma nota na algibeira,
Não
tardaria muito mais que um mês
Comprava-te
um castelo na Madeira.
O
chão teria flores a teus pés
E
o tecto parecia uma parreira,
O
nosso quarto, então, de lés a lés,
Havia
de cheirar como a roseira.
Ergueria
o castelo lá no alto
Pra
veres terra e mar sem sobressalto
E
à calma do lugar dares valor.
De
dia o sol entrava plas janelas
E
de noite acendíamos estrelas
Para
a Lua invejar o nosso amor.
ESQUECEMOS
Tito
Olívio
Andei
com ela, sim, andei com ela.
Agora,
há tempos já que não a vejo.
Que
vida terá tido... não invejo,
Pois
uma fada má se esqueceu dela.
A
nossa relação foi só querela
E
decorreu em guerras, que revejo,
E
pazes que acendiam o desejo
E
davam ao amor nova farpela.
Foi
paixão, que tivemos, cega e louca.
Pouco
durou. Assim, foi coisa pouca
O
amor, que não passou da pequenez.
Ambos
cansámos, ambos esquecemos.
As
feridas fecharam, as lambemos,
E
nenhum quer abri-las outra vez.
SEXTA-FEIRA
Tito
Olívio
Estamos
outra vez na sexta-feira.
E
mais uma semana está no fim.
As
horas correm breves, sem canseira,
E
o tempo vai passando sobre mim...
Quando
eu era menino, a brincadeira,
Fosse
em casa, na rua ou no jardim,
Durava
eternamente, de maneira
Que
a minha vida, então, era um festim.
Agora
o tempo foge, galopando,
E
o resto do caminho se encurtando,
Sem
que haja força alguma que o impeça.
É
bom viver. Eu gosto. Só é pena
Que
seja a nossa vida tão pequena
E
o tempo tenha, assim, tamanha pressa...
COMPROMISSO
Tito
Olívio
Fosse
a luz da existência mais comprida,
Mais
anos eu teria para amar-te
E,
já que teu amor me dá guarida,
Só
digo bem de ti por toda a parte.
Haja
ou que houver, eu nunca vou deixar-te,
Nem
direi mal de ti por toda a vida.
Se
acaso te perder, terei de achar-te,
Que
a planta sem raiz morre tolhida.
Um
dia há-de vir, só não sei quando,
Numa
ridente aurora irei voando,
Caminho
das estrelas, da harmonia.
Mesmo
assim, lá do alto, podes crer,
Vou
afastar as nuvens pra te ver,
E
esperar pela tua companhia.
O
LIVRO
Tito
Olívio
Trouxe
o correio um livro de presente
E
senti a visão dos verdes ramos,
Que
a Primavera traz. Fiquei contente,
De
ter presentes todos nós gostamos.
Um
livro é riqueza, que se sente
Aumentar
a cultura que anelamos.
Deseja
ter dinheiro toda a gente,
E
nós, por aprender, tudo trocamos.
Eu
não conheço o nome do ofertante,
Mas
é de alguém que está muito distante
E
quis mostrar a obra publicada.
Tem
bom aspecto o livro, capa e tudo,
Com
laudas de palavras, mas é mudo,
Porque
tem letras mil, mas não diz nada.
UM
NÃO SEI QUÊ
Tito
Olívio
Havia
um não sei quê na manhã clara.
Talvez
fosse uma luz de rubra cor,
Que
me tocara o rosto e me acordara
E
me puxara à força do torpor.
Havia
um não sei quê, que me tocara,
Nas
radiosas cores do alvor,
Como
amoroso amante, que declara
Dar
a uma mulher o seu amor.
O
que haveria então de tão perfeito,
De
tão harmonioso e virginal,
Na
pureza do culto matinal?
Por
certo era o Sol que, satisfeito,
Com
flores enfeitava a madrugada
Para
encantar a Lua, sua amada.
A
GRIPE “A”
Tito
Olívio
Agora
não te beijo. Tenho medo
Dessa
gripe mortal que anda pra aí,
Mas,
pra me compensar do que perdi,
Hei-de
dar-te mais beijos, tarde ou cedo.
Nem
posso dar-te a mão. É um enredo
Duma
triste novela que, sem ti,
É
monótona, como nunca vi.
Tudo
isto me parece ter bruxedo.
É
triste desejar-te e ter-te longe,
Ser
forçado a levar vida de monge,
Sem
ter água que mate estes desejos.
Dizem
que vai passar, que já tem cura,
Por
isso, conto os dias de amargura
Até
matar a fome dos teus beijos.
CARTAS
DE AMOR
Tito
Olívio
Ninguém
escreve já cartas de amor,
Com
frases esmaltadas de ternura,
Falando
da saudade, da lonjura
Ou
das eternas juras com fervor;
Falando
de carinho e do calor
Dos
beijos à socapa, em noite escura,
Pequenos
pecadilhos de doçura,
Trocados,
no presente, sem pudor.
Por
vezes, folha seca entre o papel
Ou
uma flor campestre do vergel,
A
doirar a memória do sentido.
Existe
agora a Net das mensagens,
Que
voam para mundos e paragens,
Deixando
o amor das cartas esquecido.
NINGUÉM
ME QUER
Tito
Olívio
Antigamente,
em tempos de menino,
Tinha
uma adoração por brincadeira.
Vivia
a fantasia em cada asneira,
Que
meu pai castigava, em desatino.
Depois,
o namoro foi meu destino,
E
a moça mais bonita foi herdeira
Do
meu primeiro beijo, sem fronteira,
Mas
puro, como um lago cristalino.
Ou
bem fadado fosse da beleza,
Ou
amador me quis a Natureza,
Certo
é que enchi de amor cada mulher.
Acho
que fui feliz na minha vida,
Mas
se a tantos amores dei guarida,
Agora,
que estou só, ninguém me quer.
A
POESIA
Tito
Olívio
Não
fora o vento, que soprava forte,
Não
fora a chuva que molhava o rosto,
Não
fora a nuvem, que tapava o norte
E
não teria de mudar meu posto.
Se
os versos fossem feitos ao meu gosto,
Em
rendilhados, curvos, só recorte,
Saíam
livres, tal como é suposto
Ser
o poema, solto, sem suporte.
Mal
da poesia, que não tem beleza,
Nem
o lirismo doce de encantar,
Pois
será fria, feia e sem rimar.
Mas
os modernos pensam, com certeza,
Que
o feio é que é bonito e diferente,
Levando
neste embuste muita gente.
À
VARANDA
Tito
Olívio
Não
me vou debruçar sobre o passado,
Não
quero relembrar o que passou.
O
tempo é possessivo e já levou
Prá
sombra o que era bom deste meu fado.
Foi-se
o que era bom. Fiquei sossegado,
Então,
em seu cantinho, o que sangrou
Meu
peito, que, dorido, tanto amou
E
sofreu, e chorou, sem ser amado!
Tive
infância feliz. Muito brinquei.
Dos
amores que tive... já não sei.
Ficaram
num desvão dentro do escuro.
Agora,
tenho o sol à minha frente,
Que
conduz o meu corpo e a minha mente,
Da
varanda, a olhar só o futuro.
Sonetos reveladores de um verdadeiro talento de poeta.
ResponderExcluirJoão Bragança Santos