Luiz Carlos Rodrigues Soares

Petrópolis, RJ, 1946



A FERRAMENTA
Luiz Carlos Rodrigues Soares

Envolto no fluido e repleto de Luz,
O Mestre do Amor se desloca no espaço...
Archote Divino, liberto da cruz,
Trazendo a verdade e doando o regaço.

Olhar penetrante, domina e reluz;
Trabalho constante, sequer o cansaço;
Ovelha perdida ao rebanho conduz;
No Monte Sagrado, a mensagem e o abraço.

Pregou nas cidades, nas águas, no Templo;
Escrito não fez, construiu com exemplo;
E Homem se fez para ser Ferramenta!...

Promessa cumprida nos traz a Doutrina:
Consola, adverte, esclarece, ilumina.
Jesus permanece, no amor, que alimenta...

(Dez. – 2014)



AMOR... FIDELIDADE
Luiz Carlos Rodrigues Soares

 (Para Alcino e Yolanda)

Alcino e Yolanda, que exemplo de vida,
Morada de fé, caminhada de luz.
Orgulho que toca e o destino produz.
Retrato que encanta a família unida.

Formoso casal, jóia rara polida,
Imagem sublime, nos olhos reluz,
Dezenas de datas que ao templo conduz,
E a prece solene se faz merecida.

Lutando juntinhos com intensidade,
Impondo ao caminho grandeza e verdade,
Doando as lições para a prole seguir.

Amor tão fiel, que engrandece a jornada,
Deleite completo, vitória alcançada,
E os sonhos felizes, no eterno sorrir...



BODAS DE OURO
Luiz Carlos Rodrigues Soares

(Para Arlete e Heraldo)

A graça da vida se faz sorridente.
Rever nossos sonhos, tirar da memória.
Levamos com fé nossa luta pra frente,
E aqui nesta noite contamos história.

Tenazes na lida plantamos sementes,
Encanto de luz que traçou trajetória.
E os filhos e netos – de Deus os presentes –
Herança maior, nosso mundo de glória.

Em letras doiradas, na foto um tesouro,
Registra a aliança nas “Bodas de Ouro”.
As mentes deliram em total sintonia.

Legado que marca real sentimento,
Diante do Pai nosso contentamento,
Ouvindo essa prece, na paz que irradia...



COLONO PIONEIRO
Luiz Carlos Rodrigues Soares

Co’a Santa nos braços, deixando saudade,
Ouvindo, à distância, os sinos tocando,
Levando lembranças querida cidade,
Os olhos molhados e o peito sangrando.

No cais burburinho, tristeza que invade,
O vento zunindo, Justine levando
Pras terras distantes, quanta mocidade,
Ingrato destino, suor derramando.

Ocorre que a mente tem fibra alemã
Na serra chegando se faz pioneiro
E vibra na lida rasgando o torrão.

Implanta o futuro na terra irmã
Renasce pra vida, o colono guerreiro,
Ostenta as bandeiras no seu coração.



CONFISSÕES
Luiz Carlos Rodrigues Soares

Busquei na doutrina a razão pra crescer,
Enfim o projeto mostrou-me o caminho,
Retenho as lições pra jamais esquecer
Na vida o bom anjo de mim bem juntinho.

Assim vou sorrindo, feliz no viver;
Das dores recolho o melhor, o restinho;
Exponho na lida o meu modo de ser;
Tarefas aceito com todo o carinho.

E, às vezes, no peito, o sufoco me encontra,
Lamento não sinto, pois, sempre estou pronta,
Ordeira não choro e agradeço por tê-lo.

Proponho a mim mesma seguir destemida,
Eu sei que será bem melhor noutra vida,
Sarada e tranqüila com meu tornozelo.



HOLOCAUSTO
Luiz Carlos Rodrigues Soares

Milícias covardes com seus pelotões,
As balas cruzadas, no céu não tem luz,
E o som que se escuta é o rufar dos canhões,
Nas ruas, tombados, só corpos sem cruz.

Na terra queimada, crianças perdidas,
Imploram, chorando, que o Pai Salvador,
Combata a chacina, renove nas vidas,
A fé, amizade, esperança e amor.

Batalha sangrenta sem rumo, pavor,
Nos olhos da fera, total desamor,
Nas mãos a sentença, sentido ruim.

Angústia, tristeza, domínio cruel,
As almas que restam, sem regras, têm fel,
Caminho sem volta, princípio do fim.



INDIGENTE
Luiz Carlos Rodrigues Soares

Largado, esquecido, tombado no chão,
À margem da vida, total desafio.
Na mente sufoco; no corpo arrepio;
No peito sofrido, infeliz coração.

O vulto que passa se faz arredio,
Cruel, desumano, nem dá atenção
E os olhos já turvos, tremor, solidão,
Num trapo sem carne, num canto sombrio.

Descaso do mundo, tornou-se indigente,
A voz que não fala, na boca doída,
Já tonto delira e a ninguém atrapalha.

A noite é eterna, deixou de ser gente,
Engasgo final, é chegada a partida...
No resto que fica, só falta a mortalha!



JESUS NO TEMPLO
Luiz Carlos Rodrigues Soares

 (Inspirado na tela de Jean August Dominique Ingres,
“O Menino Jesus no Templo”)

Sentado no Templo, Jesus Rei Menino,
Se veste de luz, aos doutores deixando,
Palavras sublimes, retrato divino,
Olhares surpresos se põem meditando...

Na tela sereno se fez Peregrino,
E, sábio dos sábios, doutrina fincando,
Revela pro mundo, apesar Pequenino,
Que a vida é melhor todos juntos se amando.

Maria em grandeza seus braços estende,
José tão feliz aos ensinos se rende,
Momento solene que se manifesta.

Jean Dominique atendendo à razão,
As leis dos rabinos espalha no chão,
E a obra se finda, pois, nada mais resta.


  
NOS BRAÇOS DA LUZ
Luiz Carlos Rodrigues Soares

A Serra se veste de brilho e magia,
Co’as cores D’Itália, o Palácio Encantado,
Relembra o passado e se faz poesia,
Dançando, cantando e Raul convidado,

Que traz a beleza da filosofia,
Num belo soneto, ao amor dedicado,
Com versos, com rimas e “Sabedoria”,
Do gênio perfeito, jamais igualado.

E a Serra Serata o remete à Florença,
Cidade que brilha, no amor e na crença,
Que o peito recorda e à paixão lhe conduz!

Em êxtase chora, e Florença aparece,
Poeta adormece, co’os versos em prece...
Desperta, refeito, nos braços da Luz!

(Serra Serata – 2015)



O NAVIO DA ESPERANÇA
Luiz Carlos Rodrigues Soares

Lembrando o passado a tristeza o domina,
Justine bailando não deixa esquecer,
A Pátria distante lhe vem à retina,
E as lágrimas rolam na face do ser.

Olhar divagante, co’a mente em ruína,
No peito a saudade do amor, bem-querer,
E os dias e noites, constante rotina,
Num corpo cansado num canto a sofrer.

Em tarde serena, mãos postas em prece,
A noite, as estrelas, luar, agradece,
Em sonho vislumbra uma serra de luz!

Desperta refeito, renasce a esperança
Na vida, na lida, no canto e na dança
E à terra de Pedro o destino o conduz!...

(Bauernfest – 2015)



PROVA DE AMOR
Luiz Carlos Rodrigues Soares

(Para Alceu e Madalena)

A vida em comum é grandeza fiel,
Levada com jeito engrandece e reluz.
Com fé se consegue fazê-la ter mel
Encanto sublime que o tempo produz.

Unidos em prece, no amparo do céu,
Envoltos num laço repleto de luz,
Mostrando aos consortes seu rumo e papel,
Avistam progresso e ao futuro conduz.

Destino traçado nas mãos do Senhor,
A vida a sorrir, nossa prova de amor,
Legado divino, que bênçãos nos traz.

E as “Bodas”, lembranças que ficam na mente,
Na grata saudade se faz permanente,
A dar grande alento na busca da paz.



SUBLIMIDADE
Luiz Carlos Rodrigues Soares

Sublime gesto de amor,
Marcante na eternidade:
Virgem Santa sem temor,
Cede o corpo à Divindade.

Com meiguice e tanto ardor,
Concebeu pra humanidade,
Seu dileto Salvador,
O mais justo e sem vaidade.

Preferindo a manjedoura,
Co’a mensagem duradoura,
Humildade e amor revela.

Deus, na terra, com grandeza,
Fez nascer, meio à pobreza,
Sua criação mais bela.



TALENTO
Luiz Carlos Rodrigues Soares

Mexendo na mente, voltando ao passado,
Nos braços da mãe, num sorriso inocente,
Revejo a pequena, vestido rendado,
Dos pais alegria, pra vida um presente.

Helena no mundo, em dezembro encantado,
Menina dos sonhos do olhar comovente,
Futuro brilhante, perfil desenhado,
Cristal precioso num ser diferente.

No gesto elegância, nos contos talento,
Criança que passa e chega à juventude,
Mudança ordenada no seu pensamento.

São novos anseios movendo a atitude,
Na fase da vida, no belo momento,
Dos seus quinze anos, cheia de virtude...





Nenhum comentário:

Postar um comentário